MEU CHÃO



MEU    CHÃO

RIO GRANDE
da beira d’água
das casinhas apinhadas
tão baixas e esmirradas,
que mais parecem sentadas.
Os sonhos dali de dentro
durando um só momento
dão pouso à fantasia,
ao lado da maresia.
São sonhos mais vividos
do que aqueles escondidos
de gente que, no asfalto,
só passa sem caminhar ...
Nem olham o menininho
que sujo e miudinho
já está a trabalhar.
Rio Grande
dos bairros pobres
do casario à beira-mar!
RIO GRANDE
da velha Igreja
à sombra do eucalipto
tão forte, tão solícito,
ereto, a historiar
a vida desta cidade,
de gente que a sabe amar.

(Theodolinda Batezat de Souza,
da Academia Rio-grandina de Letras)


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