CIA UNIÃO FABRIL

Anônimo Renato disse...
Lendo as declarações do 'Seu Hilso' na entrevista poucos anos antes do seu falecimento, talvez se possa imaginar, pelo menos um pouco, da grandiosidade que era a comunidade, mais do que uma fábrica, chamada Rheingantz inicialmente e depois Cia. União Fabril mas que ficou sempre conhecida pela população pelo primeiro nome. Em 8 de março de 1874 o jornal Echo do Sul noticiava que "chegava à cidade todos os machinários necessários para a fábrica de tecidos Rheingantz & Vater"
Desde a construção da fábrica dividida em seus setores, de 155.000 m² sendo 45.000 m² de área coberta, dando emprego a centenas de trabalhadores, na fábrica e até mesmo em suas próprias casas e inclusive a apenados que tinham a tarefa de retirar os carrapichos da lã bruta. A construção das casas dos oficiais mais graduados -mestres e contra-mestres- o cassino dos mestres, a construção, em frente, da série de casas, 169, para o operariado, a instalação da creche, da escola, inicialmente para os trabalhadores e depois para seus filhos, o armazém cooperativa, um ambulatório médico, uma biblioteca, a Sociedade Mutualidade, espécie de seguro em casos de doença, invalidez ou morte e até mesmo uma banda de música. As lutas para se conseguir crescer e investir numa época difícil em que a industrialização brasileira passaria por mudanças políticas, econômicas e sociais, o investimento no aumento da malha ferroviária e no Balneário Sequeira, as alterações no porto de Rio Grande, a proclamação da República em 1889. As idas e vindas ao Rio de Janeiro, o recebimento da Comenda da Rosa e o título de Comendador, a perda simultânea do filho mais velho e um irmão para a febre amarela, também no Rio em 1895, e mais muito mais do que isso, daria um alentado livro para os que se importam ou gostariam de conhecer o passado daquela grande obra, seus fundadores e suas lutas. Afinal é com Rheingantz, em 1874, que a grande industria realmente se inicia no Rio Grande e no Estado.

14 de novembro de 2014 14:07


Blogger Jair Ferreira disse...
Renato. No frontispício do prédio da fábrica, entretanto, consta 1873 como o ano da fundação. Talvez 1873 seja o ano da criação da empresa e 1974 o ano em que ela realmente começou a funcionar. Abração. Jair
16 de novembro de 2014 21:58
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Anônimo Renato disse...
Muitos autores dão o ano de 1873 como ano de fundação da fábrica, inclusive no frontispício e até mesmo no retrato dos diretores, visto aqui, o mesmo aparece. Extra-oficialmente o ano seria 1873 mas a Rheingantz só passou a existir como empresa quando foi registrada oficialmente, logo no início de 1874, no Tribunal do Comércio. Até mesmo o maquinário para o início das operações só chegaria em 1874. A própria Prefeitura, em seu site, coloca 1874 como o ano de fundação.
17 de novembro de 2014 09:29
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Anônimo Renato disse...
No início de ano de 1874: "Contracto Commercial. Foi registrado no tribunal do commercio, o
seguinte importante contracto: Carlos Guilherme Rheingantz, Hermann
Vater e o commanditario Miguel Tito de Sá para uma fábrica de tecidos
de lan com o capital de 90,000$000 [90 contos de réis], sendo
40,000$000 [40 contos de réis] do commanditario, sob a firma de
Rheingantz e Vater."

17 de novembro de 2014 10:57
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Anônimo Renato disse...
O comanditário comendador Miguel Tito de Sá era sogro de Carlos Guilherme Rheingantz, pai de sua esposa D. Maria Francisca.
17 de novembro de 2014 12:21
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Anônimo Renato disse...
Sociedade em comandita era uma forma de sociedade usada em tempos mais antigos e muitas vezes envolvendo membros de uma mesma família. Comandatário era o que entrava com o capital para integralizar o montante, ainda que não tivesse qualquer direito ou responsabilidade sobre os atos dos demais responsáveis pela empresa, os comanditados. É de lei que somente o nome dos comanditados conste no nome da empresa, assim como aparece em Rheingantz & Vater. Em muitos casos um dos comanditados entra com o capital e o(s) outro(s) com a capacidade de gerenciamento da empresa, ainda que todos eles tenham responsabilidade total sobre os atos desta.
17 de novembro de 2014 15:00
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Anônimo Renato disse...
o correto é COMANDITÁRIO e não como constou.
17 de novembro de 2014 15:03

Comentários

Anônimo disse…
Renato. No frontispício do prédio da fábrica, entretanto, consta 1873 como o ano da fundação. Talvez 1873 seja o ano da criação da empresa e 1974 o ano em que ela realmente começou a funcionar. Abração. Jair
Renato disse…
Muitos autores dão o ano de 1873 como ano de fundação da fábrica, inclusive no frontispício e até mesmo no retrato dos diretores, visto aqui, o mesmo aparece. Extra-oficialmente o ano seria 1873 mas a Rheingantz só passou a existir como empresa quando foi registrada oficialmente, logo no início de 1874, no Tribunal do Comércio. Até mesmo o maquinário para o início das operações só chegaria em 1874. A própria Prefeitura, em seu site, coloca 1874 como o ano de fundação.
Renato disse…
No início de ano de 1874: "Contracto Commercial. Foi registrado no tribunal do commercio, o
seguinte importante contracto: Carlos Guilherme Rheingantz, Hermann
Vater e o commanditario Miguel Tito de Sá para uma fábrica de tecidos
de lan com o capital de 90,000$000 [90 contos de réis], sendo
40,000$000 [40 contos de réis] do commanditario, sob a firma de
Rheingantz e Vater."
Renato disse…
O comanditário comendador Miguel Tito de Sá era sogro de Carlos Guilherme Rheingantz, pai de sua esposa D. Maria Francisca.
Renato disse…
Sociedade em comandita era uma forma de sociedade usada em tempos mais antigos e muitas vezes envolvendo membros de uma mesma família. Comandatário era o que entrava com o capital para integralizar o montante, ainda que não tivesse qualquer direito ou responsabilidade sobre os atos dos demais responsáveis pela empresa, os comanditados. É de lei que somente o nome dos comanditados conste no nome da empresa, assim como aparece em Rheingantz & Vater. Em muitos casos um dos comanditados entra com o capital e o(s) outro(s) com a capacidade de gerenciamento da empresa, ainda que todos eles tenham responsabilidade total sobre os atos desta.
Renato disse…
o correto é COMANDITÁRIO e não como constou.

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