27-JULHO, 2015 // OS CATAVENTOS DA TAMANDARÉ
Os cataventos da praça Tamandaré!
Eram três, nesta foto aparecem dois, incluindo o mais
conhecido, da esquina das ruas Gen. Netto com 20 de Fevereiro, antigo nome da
rua Luiz Loréa. Mas há outro, no meio da praça, que mais parece uma antena de
rádio ou TV, só que não! Era um catavento mesmo, com hastes de metal, não tão
imponente nem mais bonito do que o primeiro.
Como sabemos a Geribanda era local de boa água, desde
priscas eras. A praça não existia quando Saint Hilaire passou por aqui, em
1821. Mas a água já se retirava dali, mesmo sem ser praça, não era nada,
somente área de areia solta e região onde os escravos se reuniam para retirar
água, encher vasilhas em carroças etc. No mapa da vila de 1829, o general
Andrea, pelo menos, reservou o espaço para uma futura praça. Que levaria ainda uns
50 anos mais para ficar bonita, com aspecto asseado e arrumadinha, já com o
nome de Tamandaré.
Na foto que envio, vemos o catavento em funcionamento, sua
base de alvenaria e seu mecanismo eólico perfeito. O reformulador da praça,
cujo nome me falta agora, sugeriu que as águas foram recolhidas do subsolo por
mecanismo como estes, tanto para beber e de uso no embelezamento da praça, como
para transportar os excessos para o mar, por meio de tubulações pela rua Gen.
Netto. Há referencias disto em nossos jornais históricos Echo do Sul, Diário do
Rio Grande, O Tempo e Rio Grande.
A foto é creditada aos Irmãos Fontana, que pontificaram no
início do século 20, em nossa região, mas infelizmente nao está datada. Pelos
elementos da foto, podemos fazer o seguinte cálculo: a casa do zelador da praça
já está em seu lugar, então a foto pode ser de 1900 ou posterior. Mas é
anterior a 1912 porque a linha do bonde elétrico ainda não aparece. Então,
primeira década do século 20, sem medo de errar.
O negativo original em vidro foi convertido para positivo
pelo Ronaldo Morgado Segundo, a quem agradeço.
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